Cadeira de rodas vs Patologia

Cadeira de rodas adaptada a cada patologia ou incapacidade

Existem várias causas possiveis para a existência de uma incapacidade parcial ou total na locomoção e são muito diversas: elas podem ser por doenças neurológicas progressivas, por acidentes que levam à paralisia ou amputação, danos ao cérebro ou como resultado de trauma ou ainda malformações congênitas ou paralisia.

Deve considerar-se sempre a adaptação especifica de uma cadeira de rodas, dependendo da patologia ou incapacidade associada de cada utilizador ou usuário da cadeira de rodas:

Amputação de uma ou ambas as pernas

Após uma amputação, seja da parte superior ou inferior da perna, a caminhada tem uma alteração do próprio equilíbrio e também por distúrbios circulatórios, bem como pela sobrecarga de uma eventual prótese entretanto recebida.

Requisitos da Cadeira de Rodas

• Prolongar a distância entre os eixos (distância entre o centro da roda dianteira e traseira) de modo a compensar a perda de peso devido à amputação; de uma ou ambas as pernas. (Em certos casos rodas de apoio poderão ser o suficiente)
• Customização pessoal das características de condução, tendo em conta a capacidade motora do usuário, por exemplo, um usuário idoso ou com alguma deficiência motora.
• Ajustabilidade da altura do encosto, de modo a oferecer o maior conforto possível durante a mobilização da cadeira; nomeadamente se a cadeira não possuir motor.
• Rodas anti volteio, especialmente se o usuário da cadeira tiver sofrido a amputação recentemente.
• Caso seja necessário, ter um apoio para cotos.
• Caso seja necessário ter uma almofada anti escaras.
• A cadeira de rodas deve ser leve e ser fácil de manusear (dobrar/desdobrar), de modo a que seja apropriada para ser transportada por carro.

Paralisia Cerebral

Depende muito da área afetada do cérebro: hemiplegia espástica, diplegia, tetraparesia, ataxia, atetose, tremor, tônus ​​muscular ou distúrbios no equilíbrio. Movimentos direcionados geralmente não podem ser executados. Frequentemente, outros sintomas, como fala, percepção, distúrbios visuais e auditivos, atraso mental e espasmos estão por norma também presentes.

• Adaptabilidade ergonómica individual do assento inteiro (dimensões e ângulos) para estabilizar a cadeira o quanto possível, redução da espasticidade e de assimetrias corporais.
• Boas características de condução; fácil manobrabilidade da cadeira de rodas para locomoção com força reduzida.
• Uma cadeira de rodas que suporte a seleção de sistemas para assentos e encostos disponíveis, que melhor se adequam ao usuário.
• Manuseio fácil dos controlos da cadeira, de modo a fomentar autossuficiência e independência.
• Uma cadeira particularmente robusta de modo a suportar a espasticidade constante.

Cuidados Geriátricos

Os idosos estão mais limitados ao nível da saúde e deve existir uma forte interação entre corpo, psique e o ambiente em que se desloca o idoso. Existe com frequência pouca força muscular disponível, além da mobilidade reduzida, e é frequente ocorrerem outras doenças que limitam a atividade normal, como por exemplo doenças articulares ou mesmo por a função cardiopulmonar estar já bastante reduzida.

• A mobilidade e a locomoção ativa do utilizador devem ser encorajadas.
• Má postura deve ser prevenida.
• Adaptabilidade dependendo das limitações individuais de cada indivíduo devem ser garantidas (mobilidade residual, redução da força nos braços e nas mãos, grau de estabilidade do tronco, etc)
• Caso seja necessário, equipamento para apoio de membros amputados ou paralisados
• Seleção de diferentes variantes de encostos, ajuste do ângulo do encosto (sinto de costas ajustável para malformações na coluna, por exemplo, escoliose)
• Diferentes modos de altura do assento, por exemplo, “andar em cadeira de rodas”
• Manobrável com pouco esforço.
• Acessórios funcionais, inclusive para pessoas acompanhantes para que possam manusear a cadeira facilmente (travões, apoio para empurrar a cadeira, etc)
• Todos os fechos e trincos da cadeira devem ser evidentes para a segurança do utilizador e acompanhantes
• A cadeira de rodas deve ser leve e ser fácil de manusear (dobrar/desdobrar), de modo a que seja apropriada para ser transportada por carro.

Hemiparesia

Dependendo da localização e gravidade dos danos cerebrais, existem as manifestações de comprometimento motor (hemiparesia fraca ou nas pernas). Em quase todos os casos, estão dependentes de uma cadeira de rodas. Porque a compensação do corpo saudável aumenta a espasticidade. Podem ainda ocorrer distúrbios sensoriais, distúrbios de percepção espacial-visual ou auto-relacionados, distúrbios visuais e de fala.

• Apenas uma cadeira de rodas propriamente adaptada é que possibilita o seu uso sem dificuldade e reduz a espasticidade por parte do usuário. Cadeiras de rodas adaptadas são a melhor escolha disponível.
• Um dos métodos de locomoção possível frequentemente utilizados é “tropeçar”; utilizar a perna e braço saudáveis para conduzir a cadeira, é necessário ajustar a altura e a profundidade do assento, tendo em conta as medidas do usuário.
• A posição sentada deve ser estabilizada durante o “tropeçar”, de modo a prevenir assimetrias e malformações devido a postura incorreta causadas polo deslizar do utilizador para a frente. Consequentemente deve ser oferecida uma seleção de sistemas de cintos de segurança ajustáveis para bancos e encostos.
• A cadeira de rodas deve ser manobrável com pouco esforço por parte do usuário.
• Controlos para a cadeira de rodas unilaterais, tais como; painéis laterais, apoios para as pernas ou travões opcionais (extensão da alavanca do travão no lado paralisado)
• Os mecanismos da cadeira de rodas devem ser inequívocos.
• Os modelos indicados contém várias opções para cuidadores; (pegas com altura ajustável, eixo passante, travão de tambor, etc)
• Apoios de braço com altura ajustável, para apoiar o braço afetado são quase sempre necessárias.
• Terapêuticos (em plexiglass ou vidro acrílico) ou suportes para braços são capazes de oferecer outros apoios especiais, por exemplo, apoios para ombros subluxados.
• A cadeira de rodas deve ser leve e ser fácil de manusear (dobrar/desdobrar), de modo a que seja apropriada para ser transportada por carro.

Esclerose Múltipla

Por norma resulta em paralisia progressiva ou perda de força em toda a musculatura do corpo, juntamente com paralisia flácida ou espástica. Além disso, pode ocorrer ataxia, distúrbios sensoriais, distúrbios da fala, distúrbios visuais e outros distúrbios perceptivos, bem como distúrbios da bexiga e do reto.

• A cadeira de rodas deve ser constantemente adaptada ao seu utilizador, razão pela qual apenas um modelo com um sistema modular muito flexível seja recomendada. Deve ser possível converter a cadeira de uma cadeira de rodas tripla para uma cadeira de rodas (push rider) e possivelmente para uma cadeira de rodas reclinável/cadeira de rodas deslizante.
• Bom posicionamento do assento para evitar danos secundários. Estes podem ser: Escaras (causado pela imobilidade), assimetrias da coluna vertebral que podem causar dor e reduzir a ventilação pulmonar, podendo mesmo necessitar de cirurgia a longo prazo.
• Bom posicionamento do assento, de modo a prevenir profilaxia de contracturas.
• A adaptabilidade dos sistemas de assento e encosto para estabilizar a parte superior do corpo é crucial para fazer o melhor uso possível da capacidade motora do usuário.
• Para distrofia muscular, ALS, pode ser necessário uma unidade de encosto e assento com formato personalizado.
• Adaptação da geometria da roda, sendo que promove a mobilidade, enquanto o excesso de esforço acelera o processo da doença.
• Todos os fechos e trincos da cadeira devem ser evidentes para segurança do usuário e acompanhantes
• Devem ser utilizados acionamentos auxiliares para preservar a utilização independente da cadeira de rodas durante o maior período de tempo possível (por exemplo, suporte por acionamento auxiliar Servomatic).
• As opções de posicionamento do braço (terapêutico, peças laterais ajustáveis em altura) são recomendadas.
• Apoio para pernas individuais destacáveis de modo a que a transferência possa ser efetuada independentemente ou com apoio frontal
• Geralmente é necessário ter um assento anti escaras
• A cadeira de rodas deve ser leve e ser fácil de manusear (dobrar/desdobrar), de modo a que seja apropriada para ser transportada por carro.

Paralisia da Coluna Vertebral

Danos na medula espinhal / coluna ao nível das vértebras torácicas ou lombares. Como resultado, paralisia completa ou incompleta e perda sensorial na área paralisada. Geralmente associado à bexiga e / ou incontinência retal. Os braços são totalmente funcionais.

• Um sistema modular versátil para que a cadeira possa ser adaptada às dimensões individuais.
• Uma boa posição do assento para estabilizar a pélvis e as pernas através do ajuste dos ângulos do assento e do contorno das costas (costas ajustáveis) deve ser assegurada.
• Uma almofada de assento própria para profilaxia anti escaras.
• Para o cuidado inicial, a cadeira deve ser equipada com rodízios anti inclinação.
• A maior mobilidade possível no dia-a-dia através do ajuste da distância entre eixos e das menores dimensões externas possíveis da cadeira de rodas
• Equipamento para transferência independente, por exemplo, guarda-roupa ou parte lateral dobrável e móvel, geralmente também incluí uma estrutura frontal inclinada.
• Os controlos devem ser fáceis e seguros de utilizar tanto pelos condutores como pelos cuidadores (por exemplo, fechos e/ou trincos inequívocos).
• A cadeira de rodas deve ser leve e ser fácil de manusear (dobrar/desdobrar), de modo a que seja apropriada para ser transportada por carro.

 

Doenças Reumáticas

• Para a transferência a partir da frente (possivelmente sobre o suporte); estrutura frontal reta com apoios das pernas removíveis e oscilantes
• A mobilidade e a locomoção ativa do usuário devem ser encorajadas.
• Cadeira de rodas fácil de manusear para utilização com baixo consumo de energia (possivelmente com auxílio Servomatic)
• Diferentes alturas de assento para "andar em cadeira de rodas", como cadeira de rodas deslizante ou como cadeira de rodas ativa manual
• Seleção abrangente de variantes individuais de assento e encosto: (para deformidades, contra decúbito, para apoiar a coluna vertebral, etc.)
• Os controlos devem ser fáceis e seguros de utilizar tanto pelos condutores como pelas cuidadoras (por exemplo, fechos e/ou trincos inequívocos).
• Acessórios funcionais para adaptação individual à mobilidade reduzida ou ao respetivo problema (p. ex., apoios das pernas reguláveis em altura, encosto do banco regulável em ângulo, tampas de borda de mão, extensões da alavanca do travão, etc.)
• Os modelos indicados contém várias opções para cuidadores; (pegas com altura ajustável, eixo passante, travão de tambor, etc)
• A cadeira de rodas deve ser leve e ser fácil de manusear (dobrar/desdobrar), de modo a que seja apropriada para ser transportada por carro.

Traumatismo Crânio Encefálico

• Para a transferência a partir da frente (possivelmente sobre o suporte); estrutura frontal reta com apoios das pernas removíveis e oscilantes
• Uma cadeira particularmente robusta de modo a suportar a espasticidade constante.
• Elementos e acessórios de apoio para o assento (apoio para a cabeça, painéis laterais reguláveis em altura, mesa de terapia, etc.) para a primeira mobilização da posição deitada para a posição sentada.
• Acessórios funcionais para adaptação individual à mobilidade reduzida ou ao respetivo problema (p. ex., apoios das pernas reguláveis em altura, encosto do banco regulável em ângulo, tampas de borda de mão, extensões da alavanca do travão, etc.)
• Os controlos devem ser fáceis e seguros de utilizar tanto pelos condutores como pelas cuidadoras (por exemplo, fechos e/ou trincos inequívocos).
• Má postura deve ser prevenida.
• A cadeira de rodas deve encorajar a iniciativa do usuário para se movimentar. (Caso seja possível o usuário se mover)
• A mobilidade e a locomoção ativa, dos usuários que ainda tenham capacidade para se mexerem sozinhos, devem ser promovidas.
• Diferentes alturas de assento para "andar em cadeira de rodas".
• Uma almofada de assento anti escaras é frequentemente indicada, pois geralmente não é possível aliviar a pressão de forma independente enquanto sentado.
• Controlos adaptados para utilização com apenas uma mão para que os acompanhantes tenham uma mão livre para o paciente.