Entorse do Tornozelo (Imobilizador ou estabilizador de Tornozelo?)
Entorse do Tornozelo
O tornozelo é uma articulação formada pela união entre os ossos da perna (tíbia e perónio) e os ossos do pé (chamado astrágalo ou talo) e é esta articulação que permite os movimentos de flexão plantar e flexão dorsal do pé. Os ossos do pé mantêm-se juntos graças aos diversos tendões e ligamentos nele existentes e, são também estas estruturas que proporcionam flexibilidade aos ossos, suportam os arcos do pé e fortalecem a estrutura geral do mesmo.
Todas estas estruturas localizadas na extremidade mais distal do membro inferior têm diversas funções como a propulsão, o equilíbrio bem como a limitação dos movimentos extremos e luxações proporcionando igualmente uma ligeira flexibilidade lateral que ajuda a manter o equilibro ao caminhar sobre superfícies irregulares.
A entorse do tornozelo é uma lesão muito comum e uma das principais lesões que ocorrem ao nível desportivo, especialmente em desportos de alto impacto. Basta perder o equilíbrio, caminhar numa superfície irregular, ou mesmo uma pequena distração para fazer uma lesão deste tipo. Diariamente cerca de 25000 pessoa torcem o tornozelo.
Esta lesão tem como causa o estiramento ou rutura de um ou mais ligamentos agrupados na articulação do tornozelo que podem acometer os tendões, entre outras estruturas agregadas. Geralmente este tipo de lesão ocorre de forma traumática e devido à inversão excessiva, no qual o pé vira para fora (entorse mais comum, representando cerca de 90% dos casos), no entanto, também pode ocorrer em eversão, onde o pé vira para dentro ou mesmo por rotação externa ou interna.
Qualquer que seja o tipo e o grau da entorse é importante uma avaliação médica especializada para avaliar e determinar o nível de comprometimentos e a eventual rutura ou estiramento de ligamentos, bem como a indicação do tratamento indicado a realizar. O Raio X é uma recorrência normal neste tipo de lesões uma vez que é a maneira de garantir que não é uma fratura uma vez que os sintomas podem ser muito idênticos aos de uma entorse.
Classificação da Entorse
A gravidade da entorse do tornozelo pode variar de acordo com o comprometimento das estruturas nele presentes e pode ser dividida em três graus, sendo eles:
- Grau I Estiramento dos ligamentos e tendões sem lesões. Formação de edema e presença de dor;
- Grau II Rutura parcial dos ligamentos e alguma instabilidade articular. Presença de edema, rigidez articular e dor com intensidade variada;
- Grau III Rutura total de pelo menos um ligamento. Extrema instabilidade articular, dor intensa e dificuldade de se manter na posição de pé.
Causas mais comuns
Existem vários fatores que predispõem à entorse, entre eles:
- Instabilidade causada por uma entorse anterior;
- Frouxidão muscular e/ou ligamentar;
- Altos impactos;
- Movimentos de rotação bruscos;
- Trauma desportivo;
- Calçado inapropriado (ex: salto excessivamente alto);
- Carência de aquecimento muscular antes de qualquer atividade desportiva;
- Pisada incorreta (pode ser resolvido com a utilização de umas palmilhas).
Principais Sinais e Sintomas
O grau de entorse determinará os sintomas podendo também variar o nível de incapacidade e a intensidade dos mesmo. Os sintomas serão tanto mais acentuados quanto mais grave for a entorse, sendo eles:
- Edema;
- Hematoma;
- Dor na região lateral do tornozelo, entre o maléolo externo e os três últimos dedos, dor esta que pode ser leve mas também insuportável;
- Aumento da temperatura local;
- Sensibilidade ao toque;
- Rigidez articular;
- Dificuldade ou impossibilidade de permanecer de pé e/ou andar.
Tratamento Mediante o Grau
Tratar adequadamente o tornozelo com uma entorse pode evitar a dor crónica e a instabilidade, uma entorse pode deixar sequelas para a vida toda se não for tratada de forma correta e atempada.
Para uma entorse de Grau I:
- Repouso do tornozelo;
- Limitação de carga sobre o pé afetado (uso de muletas, se necessário);
- Elevação da perna para redução do edema;
- Aplicação de gelo várias vezes ao dia nunca excedendo os 20 minutos de cada vez para evitar queimaduras. Ter sempre em atenção que a aplicação de gelo durante demasiados dias poderá ser contraindicado uma vez que promove a rigidez articular;
- Utilização de um pé elástico para redução de edema e aumento da estabilidade durante a cicatrização.
Pé elástico
Para uma entorse de Grau II:
- Repouso do tornozelo;
- Limitação de carga sobre o pé afetado (uso de muletas, se necessário);
- Elevação da perna para redução do edema;
- Aplicação de gelo várias vezes ao dia nunca excedendo os 20 minutos de cada vez para evitar queimaduras, tendo sempre em atenção que a aplicação de gelo durante demasiados dias poderá ser contraindicado uma vez que promove a rigidez articular;
- Poderá ser necessária a utilização de uma ortótese para estabilização do segmento afetado;
Ortótese estabilizadora do tornozelo
Para uma entorse de Grau III:
- Repouso do tornozelo;
- Limitação de carga sobre o pé afetado (uso de muletas, se necessário);
- Elevação da perna para redução do edema;
- Aplicação de gelo várias vezes ao dia nunca excedendo os 20 minutos de cada vez para evitar queimaduras, tendo sempre em atenção que a aplicação de gelo durante demasiados dias poderá ser contraindicado uma vez que promove a rigidez articular;
- Utilização de uma ortótese estabilizadora do tornozelo, que poderá passar pela utilização de uma bota imobilizadora do tipo Walker (a bota é uma alternativa à aplicação ao gesso uma vez que esta é mais confortável e prática);
- Em alguns casos poderá haver a necessidade de uma intervenção cirúrgica.
Bota imobilizadora Walker
Qualquer que seja o grau de entorse e o seu tratamento, a fisioterapia é um tratamento complementar que poderá ajudar não só a acelerar o processo de tratamento e cicatrização bem como fortalecimento do membro não afetado uma vez que este acaba por sofrer mais esforço de forma a poupar o lesado.
O retorno às atividades diárias e desportivas deve ser feito de forma gradual e cautelosa durante os primeiros tempos após a lesão.
Bandas Neuromusculares:
As bandas neuromusculares podem ser úteis neste tipo de lesões com o objetivo de drenagem. Estas são indicadas para restabelecer a estabilidade do tornozelo permitindo uma recuperação mais rápida e também podem ser utilizadas de forma a evitar futuras entorses. A ação destas tiras é não só mecânica como analgésica e psicológica.
bandas de kinesio
Prevenção de Entorses do Tornozelo
Pessoas que sofrem este tipo de lesão repetidamente, ou seja, que apresentem um tornozelo instável, podem recorrer à utilização de ortóteses de forma a dar algum suporte, proteção e estabilidade à articulação, prevenindo desta forma o risco de lesões futuras.
Existem vários fatores que ajudam na prevenção de entorses como a utilização de calçado estável e confortável, a realização de aquecimento antes da prática desportiva, evitar a realização de mudanças bruscas de posição e direção e ter muita atenção ao caminhar sobre pisos irregulares.
Os imobilizadores semi-rígidos podem reduzir em até 47% a incidência de entorses do tornozelo durante a prática desportiva, uma vez que é neste âmbito e devido aos altos impactos que surgem a maioria das ocorrências. Este valor é ainda maior naqueles que já tiveram uma lesão ligamentar anteriormente.
A fisioterapia também pode ser um método de prevenção neste tipo de lesão uma vez que é possível, através de alguns exercícios, fortalecer as estruturas da articulação.
Algumas ortóteses que podem auxiliar tanto no tratamento como na prevenção:
Estabilizadores e Imobilizadores de Tornozelo
Entorse do Tornozelo (Imobilizador de Tornozelo)
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