Preciso de saber o que se faz com faciste platar
O que é a Fascite Plantar?
Dores Intensas no calcanhar devido a Fascite Plantar?
A fascite plantar ou fasceíte plantar é uma das causas mais comuns de dor no calcalhar e na arcada interna do pé e na maioria dos casos provoca dificuldade em caminhar.
Esta dor é causada por uma inflamação da fáscia plantar, que é uma estrutura de tecido conjuntivo que se estende desde o calcâneo (osso que forma o calcanhar) até aos dedos dos pés e que constitui a origem do músculo que é responsável pelo amortecimento do impacto durante a marcha.
Esta síndrome é a causa mais frequente de dor no calcanhar afectando até 7% da população portuguesa de ambos os sexos de forma igual. Na maioria dos casos só ocorre num dos pés, contundo, apesar de ser raro existem pessoas que sofrem de fascite plantar bilateral.
Factores de Risco
Apesar de não estarem completamente estabelecidas as causas da fascite plantar, sabe-se que existem alguns factores de riscos associados à fascite plantar, ou seja, condições que aumentam a probabilidade de desenvolver esta doença ou o agravamento da mesma por aumentarem a tensão ou stress na fáscia plantar, estes são:
- Idade - Geralmente esta síndrome é mais frequente em pessoas entre os 40 e os 60 anos;
- Excesso de peso - esta condição é um factor de risco pois provoca uma grande sobrecarga na fáscia plantar;
- Alterações anatómicas e biomecãnicas inferiores - pé plano (chato), pé cavo ou pé com pronação excessiva podem exercer tensão em demasia nas estruturas que dão suporte ao pé;
- Discrepância no comprimento dos membros inferiores - poderá provocar mais tensão no pé do membro mais curto por ser o mais sobrecarregado;
- Uso de calçado inadequado - como calçado com solas demasiado maleáveis ou que não oferecem apoio ao pé de acordo com a sua anatomia;
- Algumas profissões - profissões que implicam muito tempo em pé ou a caminhar;
- Erros na prática de treino físico - existem tipos de exercícios específicos que provocam muito stress no calcanhar e na fáscia plantar como o apoio repetitivo do calcanhar sem grande suporte ou amortecimento do mesmo (como na corrida de longa distância) ou movimentação/posicionamento não natural do pé de forma repetida (como por exemplo na prática de danças como o ballet).
Sintomas
Relativamente aos sintomas associados a esta síndrome, regista-se, como já mencionado, a dor na face interna do calcanhar e na arcada interna do pé como a principal queixa. Esta dor é na maioria dos casos aguda, tem tendência a sentir-se mais pela manhã, quando se coloca o pé pela primeira vez no chão depois de se sair da cama, sendo que vai aliviando com a marcha, e a intensificar-se ao final de um dia passado maioritariamente de pé, a carregar pesos ou durante actividade física. Poderá também, em alguns casos, haver edema no calcanhar e/ou tornozelo.
É comum também, que as pessoas afectadas tenham dificuldade em fazer a dorsiflexão do pé (levantar o pé em direção à tíbia – canela), pois existe nestes caso uma contração dos músculos conectados à fáscia plantar.
Diagnóstico
O diagnóstico da fascite plantar é realizado por médicos ortopedistas com base na história clínica, avaliação dos factores de risco e síntomas, exame objectivo e até a alguns exames clínicos.
Tratamento
Em primeira instância o médico responsável pelo caso poderá aconselhar alterações na vida dária do paciente caso hajam actividades/hábitos prejudiciais a esta condição. Por exemplo, nos casos em que o paciente tem excesso de peso é aconselhado uma redução do mesmo para que diminua a tensão nos membros inferiores. Para as pessoas que pratiquem desporto, este tem de ser alterado e controlado podendo até passar por um periodo de restrição.
Na maioria dos casos é recomendado repouso relativo, gelo de forma regular, aquecimento para relaxamento muscular na fase intesa de dor, exercícios caseiros para fortalecer e alongar os músculos afectados, em muitos casos medicamentos anti-inflamatórios e fisioterapia. Geralmente em todos os casos é aconselhado o uso de ortóteses ou produtos ortopédicos para o alívio dor e para o tratamento da fascíte, a saber;
- Calçado ortopédico/conforto - Calçado apropriado é essencial para a terapia desta doença. Este calçado tem por norma solas que absorvem o impacto com o piso e formatos desenhados para dar mais apoio aos pés no dia a dia.
- Calcanheiras/talonetes de silicone - Estas são como almofadas que protegem o calcâneo, indicadas para amortecer o impacto/choque durante a marcha, aliviando assim a dor. Poderão ser usadas no dia-a-dia e têm de ser usadas nos dois pés, mesmo que só sofra desta síndrome num, pois as talonetes dão altura e não é benéfico ter um membro mais alto que outro;
- Palmilhas feitas por medida - Estas acabam por ser as mais indicadas para estes casos pois para além de amortecerem o impacto no calcanhar são desenvolvidas específicamente para o formato do pé de cada indíviduo, ou seja, são confeccionadas para acomodarem e darem apoio ao pé em todos os locais chave de modo a que sejam distribuídas as pressões exercídas ao caminhar e assim, reduzir a pressão no calcanhar aliviando a dor. Também neste caso terão de ser usadas em ambos os pés.
- Palmilhas em silicone sta ndard - Têm o mesmo propósito que as palmilhas feitas por medida no entanto são feitas para “todos os pes” sendo que poderão não ser adaptáveis em todos ou casos.
- Talas nocturnas - Estas ortóteses são recomendadas apenas quando a dor se extende por mais de 6 meses. São usadas para manter o tornozelo numa posição neutra de forma a alongar a fáscia plantar e os músculos afectados, durante as horas de sono.
- Bota Walker - Esta ortótese é pouco recomendada para estes casos, mas em algumas situações mais graves, em que a dor é extrema, garante uma melhor distribuição da pressão no pé durante a marcha e evita o movimento de dorsiflexão do pé que geralmente provoca a dor plantar.
Todas estas soluções ortotésicas deverão ser aconselhadas e adaptadas pelos profissionais de saúde desta área. Sendo mal aconselhadas as pessoas que sofrem de fascíte plantar poderão não sentir resultados positivos e até sentir pioras dos sintomas.
Atenção
Caso não seja tratada, a fascíte plantar pode tornar-se crónica agravando os seus síntomas e até podendo ter consequências no resto do corpo, ou seja, ao tentar proteger-se da dor o paciente terá tendência a adoptar formas de andar diferentes, o que poderá a longo prazo ter efeitos noutras articulações como os joelhos, ancas e até na coluna tendo efeitos também na postura. No entanto, a maioria dos casos tem uma boa resolução quando são tomadas as medidas terapêuticas adequadas. É de salientar que, apesar de ser tratável, a terapia pode ter uma evolução lenta, por esse motivo é importante não desistir do tratamento por não ter resultados imediatos, para que não hajam complicações futuras.
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