O que é a Dor Neuropática?

08-03-2022 16:01

Dor Neuropática

Dor Neuropática

Crédito: Getty Images/iStockphoto

 

A dor que sentimos resulta da ativação de um conjunto de neurónios sensoriais e é um mecanismo de proteção e deteção de perigos. Por exemplo, se deixarmos cair um objeto pesado em cima do pé, o nosso sistema nervoso irá enviar sinais de dor, imediatamente após o impacto.

 

No entanto, algumas situações, podem levar a que o ser humano sinta uma dor, sem função protetora, designada por dor neuropática. A dor neuropática resulta da lesão ou disfunção do sistema nervoso periférico ou central e é uma condição normalmente crónica e tende a piorar com o tempo.

 

As razões para a ocorrência de dor neuropática são diversas:

  • Compressão de um nervo (ex: síndrome do túnel cárpico)
  • Lesão de um nervo (ex: diabetes mellitus ou herpes zóster)
  • Processamento anormal ou interrompido de sinais da dor pela medula espinal e o cérebro (ex: síndrome do membro fantasma, neuralgia pós-hérpetica)
  • Após um procedimento cirúrgico (mastectomia ou toracotomia)

 

Esta dor é descrita de diferentes formas por quem a sente, mas é mais frequentemente caracterizada como uma pontada, formigamento ou queimação no corpo. Uma sensação de dormência ou perda de sensibilidade também é comum. Em alguns indivíduos a dor manifesta-se de forma constante e intensa, enquanto noutros é mais suave e intermitente.

 

Um exemplo de dor neuropática é a síndrome do membro fantasma que ocorre quando existe a amputação de um membro do corpo humano, mas o cérebro ainda recebe mensagens de dor através dos nervos que originalmente transportavam os impulsos do membro agora ausente.

 

O tratamento para a dor neuropática passa pela administração de fármacos, fisioterapia e/ou terapia ocupacional, estimulação da medula espinal ou dos nervos ou até bloqueios nervosos. A dor neuropática, em alguns indivíduos, responde a tratamentos com opióides mas normalmente o tratamento é feito com fármacos adjuvantes (antidepressivos, anticonvulsivantes, baclofeno ou fármacos tópicos).

 

Para potenciar ao máximo o resultado do tratamento é necessário entender o melhor possível qual a natureza da dor neuropática e quais os mecanismos que a desencadeiam ou exacerbam. O tratamento vai variar dependendo da origem do problema em si.

 

A dor neuropática pode ter como consequências quadros de ansiedade e/ou depressão que por sua vez podem também intensificar a dor.

 

Concluindo, a dor neuropática é uma condição comum, com uma etiologia diversa, e para qual os tratamentos não têm eficácia total. Esta dor tende a piorar com o tempo e têm vindo a ser realizadas pesquisas focadas em perceber como o sistema nervoso muda durante o episódio da dor neuropática para que se consiga melhorar os tratamentos e idealmente, cessar esta dor.

 

 

 

 

 

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